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Percebe-se, então,
que trata-se de uma comemoração de bodas,
um início de um novo período de vida.
Mas, porque dois arranjos
e não apenas um?
É porque são necessários dois
para se realizar um casamento. As pregas das folhas de papel,
que envolvem as flores,
apresentam leveza e equilíbrio
nas cores e textura do papel.
Imaginando que os vasos
de violeta representem pessoas e observando
que os mesmos estão envoltos
em papel de seda e em celofane,
podemos avaliar que uma
relação íntima necessita
de delicadeza, transparência
e suavidade. Percebemos, também,
algumas taças ao invés de duas apenas.
Umas vazias outras cheias de vinho
e uma outra com água. Um casamento
não envolve apenas dois,
mas é um novo nicho que se forma
sem deixar os laços familiares dos quais os noivos foram formados. Não se rompem antigos laços… apenas se criam novos laços. A água mata a sede mas o vinho confere a alegria. As taças vazias não só nos mostram que a festa corre solta, mas também nos indicam que a vida continua e nem sempre há vinho ou água. É como o tempo das vacas magras. Os problemas virão, com certeza… é preciso enfrentá-los juntos. Os elementos mais escuros desta aquarela são as folhas das violetas. Podemos considerar que estas representam a personalidade de cada um, que deve ser controlada e se adequar a nova realidade, porém nunca eliminada, pois as folhas são fundamentais no ciclo vital da planta, assim como a personalidade de cada um é o que dá o tom de sua existência. Observemos que na aquarela o verde intenso das folhas das violetas está equilibrado e suavizado pelo verde claro e leve das folhas de papel. Cada violeta foi cuidadosamente colocada no interior de uma caixinha, como um presente. Assim, podemos encarar que um casamento confere um presente no qual um se dá ao outro.
Este quadro rico em detalhes, vem nos mostrar que os mesmos formam um conjunto harmonioso e equilibrado. Esta aquarela nos traz uma mensagem otimista e alegre, dando-nos a certeza de que a vida somos nós quem a fazemos, pelo modo que a encaramos e como nos esforçamos para resolver as situações nas quais somos postos a prova.
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