ATELIÊ E SUAS HISTÓRIAS





Introdução - Junho de 2006

Mais um ano se passou... novas histórias. Junho completa 4 anos de muitas alegrias e algumas dificuldades. Algumas vitórias, mas também já tem suas marcas. O ateliê nasceu com o nome MyMar _ My de Myléne e Mar de Marco. Além disso, este nome tem o significado próprio que é o de mimar, cuidar. Contudo, este ano me dei conta que meu nome é Myléne Valente, minha assinatura é My Valente e o nome do ateliê é MyMar. Esta confusão de nomes acaba sendo um verdadeiro desastre para a divulgação. Desta forma, resolvi unificar tudo. Meu nome continua sendo Myléne Valente, minha assinatura a partir deste ano passará a ser Myléne Valente e o nome do ateliê será Myléne Valente. Resolvi mudar a assinatura principalmente por que algumas pessoas associam o My do "My Valente" à Meu em inglês e desta forma pronunciam " Mai Valente" e não como "Mi Valente" de Myléne Valente. Assim minha assinatura será assim:





Histórias vividas em junho de 2005 à junho 2006




Dos Mais Grandes aos Mais Pequenos

Sexta feira a tarde estava em meu ateliê dando normalmente a minha aula. Quando um dos meus alunos me avisou. Tem uma menininha lá do outro lado da rua gritando e dando tchauzinho, eu já dei um tchauzinho para ver se ela parava, mas acho que não é comigo não, pois ela continua lá falando algo que eu não entendo, gi, mi, di, fi, sei lá! Então olhei para o outro lado da rua e vi a meninha linda, mas muito pequenina. Eu não reconheci, mas se parecia muito com a Marina. Dei um sorriso, como de costume e acenei com a mão então ela sorriu e acenou também e foi embora com a Mãe. Este ano que se passou esta foi cena que mais me marcou, pois percebi que as crianças maiores estão ensinando as menores a me chamar de My e a me dar tchauzinho. Realmente foi muito bom. Depois descobri que realmente é a irmãzinha da Marina e se chama Maitê.



Histórias Não Tão Boas

Bem nem todo dia é dia-de-festa. E em 2005 passei uma história bem difícil com as crianças. Início de 2005 resolvi ensinar as crianças a pintar recorte. Cobrava o preço do recorte de madeira e reservei as segundas feiras de manhã para quem quisesse aprender. Limitei o número de crianças para quatro. Foi uma experiência bem interessante e prazeirosa. Depois comecei a dar aulas de artesanato no orfanato AMAMOS - 20 crianças. Como não tenho experiência com turmas grandes. Chamei algumas alunas e alguns voluntários do orfanato e montamos um grupo de 6 integrantes. Um sábado por mês dávamos a nossa aula. Em 2005 foi praticamente só dobraduras mas este ano estamos trabalhando o desenho e a pintura. Eu e uma de minhas alunas (Mônica) nos encontrávamos uma vez por semana com o fim de montar a aula para as crianças. Resolvemos então aplicar a mesma aula com as crianças que são vizinhas ao ateliê durante a semana para o fim de semana estarmos mais preparadas para o grupo de 20. Assim teríamos dois grupos. Ajudaríamos as crianças no orfanato, mas também ajudaríamos as crianças que estavam mais próximas. Durante um certo tempo deu certo. Em vez de quatro tínhamos sete crianças sob meu comando e da Mônica. Depois foi ficando mais difícil de controlá-las. Na última aula resolvemos estipular algumas regras. Na aula seguinte houve boicote geral a nossa aula. Nós iríamos ensiná-los a fazer anjinhos de papel crepom para enfeitar a árvore de Natal. Ficamos arrasadas, esperamos por eles. Depois, eles voltaram a pedir aulas, queriam voltar a pintar recortes, como no início. Ainda penso em retomar as aulas com eles, pois sinto falta, mas muita coisa aconteceu depois disso e não tem me sobrado tempo. Por isso fiquei tão feliz quando vi a Maitê do outro lado da rua me dando tchauzinho. Sinal de que a bronca passou de ambas as partes minha e deles!



Sinônimo de Festa e Alegria

Este ano 2006 começou cheio de atribulações, mas já está voltando ao normal para melhor. Tenho uma aluna nova que é peça rara. Alegre, extrovertida e jovem. Ela saiu do ateliê abriu o carro para ir embora, quando viu a porta ao lado do ateliê, aberta. Saiu do carro curiosa para saber o que funcionava ali. Quando voltou o carro, este estava com a porta fechada e a chave dentro. Ela foi tentar abrir, o alarme disparou, aí virou confusão. Teve que chamar o filhão (filhão mesmo, porque o garoto é enorme e evidentemente não é mais um garoto).O super herói neste caso é o filho, que já esta acostumado com estes incidentes de percurso e fica com a outra chave do carro para salvá-la.



Raridades

Uma das minhas alunas (das menores) um me disse " Hoje vou pintar o meu retrato". Eu arregalei os olhos e perguntei a ela " E como você pensa em fazer isto?" Ela falou " De lembrança." Eu respondi: " tá legal". E fiquei de olho. O resultado foi excelente! Ela desenhou o retrato de uma menina séria, clarinha, rosto comprido. Realmente se parece com ela. O mais espantoso foi no final do ano. Fiz uma festa de despedida com exposição dos trabalhos dos alunos. Então pedi à eles que trouxessem os trabalhos para serem expostos e quem tivesse aquarelas eu iria por uma moldura provisória para participar da exposição. Esta aluna me trouxe todas as suas aquarelas. Ela colocou o nome em cada uma de suas pinturas. No retrato relatado acima ela colocou o nome de "Minha Imagem", quando vi tinha outro retrato bem diferente parecia uma mulher séria mais madura, bonita e charmosa. Eu já tinha visto esta pintura, mas antes não tinha o nome. O nome deste foi "EU" simplesmente! Até hoje me emociono, pois raros adultos tem noção da diferença na forma que as pessoas nos vêem (nossa imagem) com forma do nosso modo de se ver (eu). O mais impressionante é que apesar de eu perceber a forma física desta menina eu também já havia percebido sua maneira adulta de acompanhar as conversas e se posicionar a respeito dos problemas. É sem dúvida nenhuma uma criança que tem muito a ensinar!



Outra Raridade

Tenho um aluno também novinho, mas não tão jovem. É outro caso que impressiona. Ele fez em 2005 um trabalho único em papel marche. Quando começamos, ele estava aprendendo na escola sobre a mitologia egípcia e quis fazer uma escultura no tema - deus Anúbis - Primeiro ia ser só um busto. Depois resolveu-se fazer braços e peito. Em seguida esta escultura virou tampa de uma caixa que se encaixa no corpo do Anubis. Ficou excelente, o trabalho durou um ano. Começamos após seu aniversário em 2005 e terminamos após seu aniversário em 2006. Na idade dele, 11 anos, é muito raro encontrar alguém com paciência para desenvolver um trabalho tão longo e ficar um capricho. O mais interessante é que ele não enjoou e continua com esculturas em papel marche. Agora esta construindo uma família de dragões. Eu acho ótimo assim me desenvolvo junto com ele.



Uma questão de Gosto Bem Definida desde a Infância

O ano que se passou parece que realmente foi o ano do ateliê junto as crianças. Tenho uma aluna que aos 10 anos de idade gosta muito do abstrato apesar de seus pais preferirem o obras figurativas. Sempre tive a impressão que as pessoas em geral desenvolviam os seus gostos próximos aos exemplos dos pais. Com a idade e o amadurecimento este gosto poderia ir se confirmando ou se transformando. Esta minha aluna vem me mostrar o que no fundo já sabemos - Cada caso é um caso e não se pode generalizar.



Evolução

Uma das coisas que mais me emociona é observar a evolução dos meus alunos. Tive uma aluna adolescente. Quando começou a fazer as aulas no ateliê sentia-a meio rebelde. No final percebi um desenvolvimento na paciência, um desejo de aprender e de melhorar emocionantes.



A Hora do Lanche

Esta hora é também muito interessante. Cada aluno é de um jeito, portanto esta hora varia de aluno para aluno e tem alguns que preferem não tomar nada e nem comer nada. Tenho uma aluna que adora o chocolate, chega a tomar três canecas, outra prefere o suco de maracujá. Tem a aluna que toma sempre um chazinho de erva cidreira. Eu adoro, tomar chocolate, suco e chá com eles e quando não tem ninguém vou de água.






No mês de junho o ateliê completou três anos de existência e já tem algumas histórias para contar. Umas alegres, outras nem tanto. Histórias vividas pelos alunos e por mim, alguns dos quais carinhosamente me chamam de professora, tia, My, MyValente e ainda há aqueles que me chamam de Myléne. Qualquer uma das formas me dá a sensação de estar envolvida em muito carinho. Carinho, que é retribuído em dobro. Assim é formado o Ateliê Mymar - mimando e sendo mimada - isto é realmente muito bom!

No primeiro ano foram ministradas apenas aulas individuais de pintura a óleo e aquarela. A partir do segundo ano foram acrescentadas as aulas de artesanato e aulas em grupo. No início apareceram poucas pessoas realmente interessadas e alguns curiosos. Assim, tinha poucos alunos. Na época eu acreditava que, por ser o ateliê um local pequeno não seria adequado aulas em grupos. Além disso, sou bem tímida e desta forma sentia necessidade de ir me acostumando com a idéia aos poucos. Outra razão é que gosto de conhecer as pessoas de forma mais profunda e isto se torna mais fácil em aulas individuais. Agora, mais amadurecida, percebo que as aulas em grupo também são ótimas e se os diálogos nem sempre são profundos, geralmente são bem alegres e relaxantes.



Para contar as histórias a seguir, tomei o cuidado de não citar nomes dos alunos, de tal forma que eles se reconheçam, mas não sejam reconhecidos e assim evitar qualquer melindre. Em apenas uma das histórias cito nomes de crianças que ainda não são meus alunos, mas que também são amigos do ateliê e obviamente meus amigos. Como cito apenas o primeiro nome, dificilmente serão reconhecidas por outros que não sejam eles mesmos, se vierem a ler este texto.



Olhos Azuis

Já estava trabalhando com artesanato quando percebi que todos os meus alunos tinham olhos claros. Certo dia uma das minhas alunas estava fazendo um sapinho de papel marchê e comentou que iria colocar os olhos azuis iguais aos dela. Neste momento olhei bem para os seus olhos e reparei que eram azuis. Fiquei pensando como podia dar aulas e não saber a cor dos olhos dos meus alunos, já que para falar com eles costumo olhar nos olhos. Então tentei lembrar os olhos dos demais alunos e me dei conta de que não me lembrava da cor de nenhum. Naquela semana e na seguinte comecei a reparar nos olhos de cada um e para meu espanto todos tinham olhos claros, azuis e verdes. Na época contava com sete alunos e dava apenas aulas individuais. Fiquei espantada, pois acredito que a porcentagem de olhos castanhos no Brasil deve ser bem maior e apesar de contar com poucos alunos na época, ainda me parece estranho todos terem olhos claros. Com o tempo isto foi mudando, foram aparecendo alunos com olhos pretos e por fim os de olhos castanhos iguais aos meus.



Passagem Singular

Já não me lembro se no primeiro o no segundo ano, ingressou uma aluna no curso de pintura a óleo. Uma pessoa ótima, falávamos o tempo todo. Saía de um assunto ia para outro sem tréguas ou intervalos e quando percebíamos já havia passado o horário (sem parar o trabalho, é lógico). Esta minha aluna contou-me várias vezes sobre um amigo que estava muito doente, com câncer terminal, orientador de seu namorado e eles estavam sofrendo muito por isto. Tínhamos tanta afinidade que eu só de ouvir a história me emocionava como se conhecesse o professor. Com a maioria dos meus alunos consigo ter uma afinidade muito boa, mas isto nem sempre é tão fácil. Como ocorreu com outro aluno, na mesma época, a situação era completamente oposta. Eu não conseguia engrenar nem um papo. Logo percebi que ele era muito tímido e como eu também sou um pouco, resultava em silêncio quase total, o qual era preenchido pelo som do "rock" que ouvíamos durante esta aula. Este garoto desenhava e pintava paisagens de cabeça como ninguém. Seu dom era natural. Quando chegou ao ateliê fiquei na dúvida se poderia ajudá-lo, pois seu estilo era bem diferente, conhecido como manga (quadrinhos japoneses). Ele gostava de desenhar imagens de histórias futuristas semelhante aos quadrinhos, com dragões e diabos e muito sangue, pelo que eu me lembro. O garoto falava pouco e eu me sentia meio perdida, pois percebia que não estava atingindo o objetivo que era ensinar. Então, em um daqueles dias ele apareceu na aula me avisando que seria o último dia, pois seu pai estava muito mal e ele pretendia ficar mais tempo em casa. Aí, para puxar papo, perguntei o que o pai dele tinha. Ele me explicou que tinha câncer e eu pensei - hoje em dia tem muita gente com esta doença. Lembrei-me logo da minha aluna e do orientador do namorado. Perguntei qual era a profissão do pai. Quando me falou que era professor comecei a ficar cismada e fui perguntando mais sobre a área e tal. Resolvi pergunta se ele conhecia a minha aluna e ele disse que sim. E para minha surpresa o pai do garoto era o orientador do namorado desta aluna. Até hoje quando penso nisso me arrepio. Ambos estavam no meu ateliê e nunca tinham se encontrado. O garoto nunca havia falado pai. Só aí fui compreender melhor algumas de suas pinturas. Este foi o primeiro e o último dia em que tive uma conversa mais profunda com ele. Soube pela aluna que o pai dele havia falecido naqueles dias. Depois disso nunca mais vi o garoto. Esta aluna ficou no ateliê por quase um ano, mas até hoje somos muito amigas.



Menina das Flores

Hoje me lembrei da Bianca. Bianca é uma menina linda que morou nos arredores do ateliê. Era dia dos professores e uma de minhas alunas me trouxe um vasinho de violetas. Bianca, que muitas vezes ficava escondia assistindo a aula do lado de fora, viu e quando a aula acabou e a minha aluna se foi, ela me trouxe um buquê de flores (Maria-Sem-Vergonha). Bem, este foi só início de um dos dias mais bonitos de minha vida, pois recebi flores o dia inteiro. Era só os meus alunos saírem e lá viam eles: a Bianca, a Larissa, a Marina, a Regina e o Junior. Espero não ter esquecido ninguém. Cada um com uma flor ou um buquezinho de Maria-Sem-Vergonha e outras flores do campo. Cada buquezinho eu colocava em um vidrinho com água. Eu fiquei muito feliz por receber as flores, as crianças ficavam também porque viam que eu gostava e cuidava dos seus presentinhos. Um tempo depois, a Bianca começou a trazer flores para mim quase todos os dias. Quando eu não estava ela deixava na porta. A primeira vez que vi flores na porta fiquei imaginando quem seria e comecei a desconfiar que era ela. Quando ela apareceu, perguntei e era mesmo. Logo depois soube que ela se mudaria para outra cidade. No dia anterior a partida dei uma aula de aquarela como despedida. Depois disso escrevi uma vez, ela e a mãe me ligaram algumas vezes, mas agora perdemos o contato. Hoje para mim fica muito claro que ela arranjou um jeitinho para que eu nunca me esquecesse dela - através de suas flores diárias. Ela conseguiu!



Calhambeque

O senhorio que me aluga a sala para o ateliê comprou um calhambeque com a intenção de revender e o deixou em frente ao ateliê. Quando o vi pela primeira vez achei lindo. Era vermelho, antigo, da Ford. Uma maravilha. Quando soube do valor nem achei tão caro (valor de um carro zero 1000), pois sempre imaginei que esses carros fossem uma fortuna. Mas entendi logo que era mesmo só para quem tem fortuna, um colecionador, pois este era mesmo só para exposição. O carro do dia-a-dia deve ser bem mais novo. Certo dia, dando aula à noitinha, os donos do calhambeque resolveram pô-lo para funcionar. O carro ficava guardado na garagem ao lado do ateliê. Este começou a fazer um barulho ensurdecedor, depois veio o cheiro de gasolina e por último percebemos a fumaça no ateliê. Foi impossível dar aula. Tivemos que sair da sala e esperar do lado de fora para que a situação se acalmasse, para retornar a aula. Fiquei na maior saia justa, pois não sabia se brigava (não gosto nada de brigar!) ou se acalmava minha aluna. O calhambeque permaneceu lá por mais um tempo, mas passaram a deixá-lo no lado de fora, e passou um tempo na oficina também. Acho que foi vendido para um colecionador, pois teve uma operação bastante interessante na sua retirada. Um caminhão com rampa fez o calhambeque subir e transferiu para outro caminhão baú. Quando o calhambeque chegou tirei algumas fotos para pintá-lo, mas depois do ocorrido até desanimei. Felizmente, minha aluna compreendeu tudo e até se divertiu no final!



Adoçante como um novo instrumento na aquarela

No ateliê sempre procuro servir suco, chá, chocolate e apesar de gostar muito de café, este está fora do cardápio, pois pelas condições do ateliê só era possível servir café solúvel e este acabou pegando mofo, já que ninguém o escolhia. Normalmente também tenho, bolachas doces e salgadas para acompanhar. Com as crianças sempre faço um lanchinho no meio da aula. Com os adultos, isto às vezes também ocorre. A aluna que participou do evento do calhambeque, por exemplo, quase sempre toma um suco com adoçante enquanto pinta a aquarela. Nesta técnica utilizamos um conta-gotas para adicionar água a tinta no godê. Esta aluna trazia o seu próprio conta-gotas, que era um frasco de adoçante com água mineral. Já pode imaginar o que ocorreu? Bem, ao invés dela adicionar água ao godê para preparar a tinta, ela acabou por colocar, algumas vezes, o adoçante e quando percebeu já era. O interessante é que no local onde foi adicionado o adoçante o papel adquiriu um brilho furta-cor depois de seco e apesar dos pesares o resultado do trabalho ficou bem interessante. Diria que esta foi a aquarela mais doce já feita no ateliê!



Coincidências

Bem coincidências envolvendo nomes têm bastante, mas uma das mais interessantes foi ter duas alunas com o mesmo nome e mesma nacionalidade (Inglesa) e com histórias de vida parecidas. Ambas vieram para o Brasil ainda pequenas, gostam de arte e tem idade próxima e até tipo físico parecido, mas não se conhecem. Ambas precisam de um certo silêncio para trabalhar. Essas singularidades fazem do ateliê um ponto de encontro, daqueles que somente a Vida pode nos proporcionar. Ainda fico me perguntando como as duas foram parar aqui!



Semeadora

Tenho uma aluna que me lembra um passarinho, daqueles que pega uma sementinha no bico e vai enterrar em outro canto. Assim, esta semente germinará, ajudando a natureza. Esta minha aluna faz aquarela comigo e artesanato em outros ateliês. O que aprende de novidade passa a frente. Através dela já aprendi muita coisa nova e também faço minha parte de passarinho e repasso para os meus alunos. Acho isso maravilhoso, pois a Arte é uma arvore frutífera que pode alimentar a todos. Então nada melhor do que ajudar a natureza!



Ateliê como ponto de encontro

Olha os encontros novamente! Dou aula para uma aluna que convidou a irmã e a sobrinha para conhecerem o ateliê. Ambas começaram a fazer um curso de artesanato a noite, mas a menina tem o nome muito parecido com outra aluna da mesma idade que faz aula no dia seguinte de manhã. Aí comecei a trocar o nome de ambas. Comentando sobre isto com outra aluna, esta me contou que sua filha também tem o mesmo nome da aluna da manhã e no vai-e-vem da conversa, esta aluna percebeu que a mãe e filha do meu relato eram suas vizinhas de porta. Passei a dar aulas à noite por um tempo para as quatro, duas mães e duas filhas!



Reflexões sobre os três anos do ateliê...

O que ocorre é que o ateliê acabou se tornando um ponto de encontro, onde as pessoas podem relaxar, trabalhando com arte. A sintonia, os carinhos, acabam envolvendo a todos como uma grande família, onde o desapego é trabalhado constantemente, pois a arte é quase sempre o último item a entrar na lista das pessoas e em geral, quando o cinto aperta, o primeiro a sair da lista. Portanto, o que vale é a experiência, a entrega, a vivência, pois isto é que fica para a memória de cada um e não o tempo de permanência. Aqui procuramos construir não só um espaço físico para a o indivíduo aproveitar melhor a vida, desenvolver seus potenciais criativos, mas, também e principalmente, um "templo de vida", onde os melhores conceitos da convivência humana, com seus valores mais sagrados e sublimes podem ter espaço. Acho que o ateliê é um oásis em meio ao caos de nossa cidade...



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